Na circulação normal, o sangue chega ao átrio direito do coração através das veias cavas (superior e inferior), passando para o ventrículo direito pela valva tricúspide e é bombeado até os pulmões através da artéria pulmonar. Depois de oxigenado, o sangue volta ao átrio esquerdo do coração através das veias pulmonares, passando para ventrículo esquerdo pela valva mitral, sendo bombeado para todo corpo pela aorta.
A Transposição de Grandes Artérias (TGA) é uma cardiopatia congênita grave, em que as artérias principais do coração trocaram de lado: a aorta se formou na saída do ventrículo morfologicamente direito e a artéria pulmonar, do esquerdo. Desta forma, o sangue pobre em oxigênio chega ao ventrículo direito e é bombeado para a aorta, voltando para o corpo sem passar pelo pulmão. Por sua vez, o sangue rico em oxigênio que sai do pulmão chega ao ventrículo esquerdo, que bombeia sangue novamente para o pulmão. Acontecem duas circulações em paralelo, uma de cada lado do coração, e o sangue não se renova, o que se torna uma condição incompatível com a vida.
O diagnóstico feito no pré-natal, através de ecocardiograma fetal, favorece a condição clinica pré-operatória e a evolução pós-operatória, pois os pais se preparam para a chegada do recém-nascido, procurando um hospital com equipe de cardiologia pronta para recebê-lo. Se não foi realizado no pré-natal, o diagnóstico deve ser feito ainda na maternidade.
Todo bebê com TGA precisa receber medicação ao nascer (para que o canal arterial fique aberto, garantindo a mistura adequada do sangue) e ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O tratamento definitivo é a correção cirúrgica que varia conforme o tipo de defeito anatômico do coração do bebê.