A febre reumática é uma doença auto-imune, multissistêmica, decorrente da reação imunitária anormal contra antígenos do estreptococo. Surge após uma infecção de orofaringe (garganta) desencadeada por cepas reumatogênicas do estreptococo em indivíduos geneticamente predispostos.
É caracterizada pelo envolvimento frequente das articulações, do coração e mais raramente do sistema nervoso central (SCN), da pele e do tecido subcutâneo.
A cardiopatia reumática crônica, sequela da febre reumática, é responsável por aproximadamente 90% das cirurgias valvares na faixa etária pediátrica no Brasil.
A cardite aguda, a mais grave manifestação da doença, ocorre em algumas semanas após a infecção de orofaringe (garganta), apresentando-se como uma pancardite, sendo a única manifestação com possibilidade de evoluir com sequelas. O diagnóstico da cardite é feito através da historia clinica, da confirmação da infecção prévia pelo estreptococo, do eletrocardiograma, ecocardiograma e rx de tórax. O tratamento visa erradicar a bactéria e evitar novos surtos infecciosos, bem como tratar a insuficiência cardíaca e sequelas valvares.